
Brincar aos orçamentos ...
É pura diversão. Disso ninguém tenha dúvidas. Assim como também não sobejam dúvidas de que o hemiciclo da Assembleia da República continua a ser um palco de diversões, onde se manifestam opiniões num universo de poucas convicções.
O orçamento do Estado vai ser discutido (?), vão ser trocados os habituais mimos, qual jogo de ping-pong entre as diversas facções, a bancada do PS vai defender o governo (cumpre a sua obrigação de disciplina do voto), e os deputados dos restantes partidos vão atirar-se como leões à minoria governamental, mas, no final, numa demonstração de medo das responsabilidades, o documento vai passar, depois de “negociações” entre o ministério das finanças e os partidos da direita (PSD e CDS).
Na linha dos tabus a que o país está desde há muito habituado, procurou criar-se um cenário de incertezas quando às tendências de voto, quando todos nós sabemos que tudo não passa duma farsa, pois no final, depois de se dizer mal de tudo e de todos, a esquerda (PCP e Bloco de Esquerda) vai votar contra e o PSD e o CDS vão abster-se, dando, desse modo, luz verde à passagem do documento.
Enfim, ninguém espere por golpes de teatro e o PS, com uns rebuçados (leia-se concessões…) distribuídos pelos partidos da direita, vai, cantando e rindo, prosseguir dentro do seu programa eleitoral, a estabelecer as linhas de conduta.
Até porque poucos estarão interessados em eleições antecipadas.